Programa Uma Escola, Um País promove debate sobre Multiculturalismo com a comunidade escolar

24 março 2015

A WorldSkills São Paulo 2015¹ será a próxima edição da maior Competição mundial de ensino profissional e acontecerá pela primeira vez no Brasil, entre os dias 12 e 15 de agosto. Um dos Eventos Especiais, parte desta Competição Profissional, é o programa Uma Escola, Um País, que realizou no dia 24 de março um encontro para abordar o tema Multiculturalismo e Diversidade Cultural no Mundo Contemporâneo. O evento aconteceu na Escola SENAI “Roberto Simonsen” (Brás, São Paulo) com apresentações sobre os Programas Uma Escola, Um País², sobre o inovador conceito de Visitas Orientadas³, dando um panorama geral a respeito do ensino profissional e as interfaces com a educação pública sob o tema central do encontro: multiculturalismo.

Na ocasião estiveram presentes representantes do SENAI, das escolas participantes do Programa Uma Escola, Um País, e também do Pé na Escola, organização não governamental que atua em espaços educativos para conectar pessoas com seus direitos e seu papel na sociedade. Com um mundo globalizado, nada mais natural que as pessoas se deparem com grandes diferenças em sua individualidade, rotina, cultura e, por isso, hoje se fala muito em multiculturalismo – que, resumidamente, trata-se da presença de diversos povos numa mesma região e trabalha-se para a igualdade relativa aos direitos e deveres de cada um.

A proposta foi promover um debate para esclarecer conceitos e estimular ações com estudantes. Nessa perspectiva, foram propostas rodas de conversas para ampliar repertórios sobre tradições e costumes de cada país. Isso foi feito por meio de um estudo de caso do Pé na Escola que serviu como base para a discussão. Além desse modelo de trabalho, a ONG costuma atuar por meio de oficinas de educação em direitos, produção de conteúdo em Direitos Humanos e parcerias em prol da autonomia escolar.

O Brasil é composto por diversas etnias, cada qual com seus costumes, valores, pontos de vista, etc. Dessa mistura surgem pessoas realmente miscigenadas e que aprendem de cada lado a qual pertence e, na teoria, todas devem respeitar os direitos humanos, independente de sua origem, para que consigam viver bem em sociedade, respeitando o próximo.

A abordagem desses assuntos estimula a reflexão sobre as características de outros países, facilitando a recepção e interação entre os participantes do Programa Uma Escola, Um País, e também sensibiliza os educadores sobre as oportunidades oferecidas por meio da educação profissional para a transformação social e econômica, e a promoção da competitividade. “Embora vivamos em um mundo globalizado e a troca de informações hoje seja muito intensa e facilitada, é preciso ter clareza que isso não só não impede como pode até reforçar o distanciamento. Dessa forma, é de suma importância unir esforços para que todos ajam com igualdade em qualquer parte do mundo”, pontuou Frederico Lamego, Diretor Executivo da WorldSkills São Paulo 2015.

O encontro propôs ainda uma visita técnica dos convidados às dependências da escola para que todos conheçam mais a fundo como funciona o ensino profissional no Brasil, a partir da infraestrutura do SENAI. Esse momento foi muito importante para se relacionar essa modalidade de ensino com as interfaces das escolas públicas presentes. Vale lembrar que os cursos técnicos de nível médio podem ser oferecidos de forma integrada ao ensino médio (quando as aulas da educação básica e as técnicas são realizadas na mesma instituição) ou concomitante (quando a formação técnica ocorre em outra instituição, no contraturno da escola) ou ainda de forma subsequente, para quem já concluiu a educação básica.

A educação profissional pode ser muito bem inserida nesse contexto, pois tem como objetivos não só a formação de técnicos de nível médio, mas a qualificação, a requalificação e a reprofissionalização de pessoas com qualquer escolaridade ou experiência no mercado, assim como a atualização tecnológica permanente e habilitação nos níveis médio e superior. “O objetivo desta atividade foi contribuir para a construção de propostas abertas à pluralidade cultural, educação para a cidadania, para a paz e para a ética nas relações interpessoais, bem como sensibilizar a comunidade escolar sobre a importância da tolerância entre os povos”, finalizou Lamego.

1) A Competição: O Brasil sediará pela primeira vez a WorldSkills Competition, que acontece a cada dois anos desde 1950. A realização deste evento, que ocorrerá no Anhembi Parque de 11 a 16 de agosto, é iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em parceria com a WorldSkills International. Tem como intuito desenvolver e inserir ainda mais a educação profissional no país por meio de uma disputa entre alunos de cursos profissionalizantes de mais de 60 países. São esperados mais de 1.200 alunos-competidores que se dividirão entre 50 ocupações diferentes relacionadas a profissões técnicas. O público estimado para o evento é de 250 mil pessoas.

2) Programa Uma Escola, Um País: 55 escolas de São Paulo receberão Competidores de diversos países e terão a oportunidade de conhecer mais sobre a educação profissional e suas possibilidades no mercado de trabalho. Para isso, serão realizadas atividades culturais para estimular a troca de informações e experiências entre os Competidores e os alunos do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e 1º ano do ensino médio, com idade entre 12 e 15 anos.

3) Visita Orientada: Tem como objetivos garantir maior e melhor compreensão sobre a Competição; tornar a Competição mais atrativa aos alunos e professores; e organizar o fluxo e o acesso dos alunos às modalidades de competição. Para tanto, estão sendo feitas parcerias com a Secretaria Estadual de Educação e Secretaria Municipal de Educação para oferecer material de apoio didático, bem como diferentes itinerários de visitação e o acesso a atividades interativas, com ferramentas manuais e/ou tecnológicas, nas próprias modalidades de competição envolvidas no evento.